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Out 04

NIRVANA


Para além do Universo luminoso,


Cheio de formas, de rumor, de lida,


De forças, de desejos e de vida,


Abre-se como um vácuo tenebroso.


 


A onda desse mar tumultuoso


Vem ali expirar, esmaecida...


Numa imobilidade indefinida


Termina ali o ser, inerte, ocioso...


 


E quando o pensamento, assim absorto,


Emerge a custo desse mundo morto


E torna a olhar as coisas naturais,


 


À bela luz da vida, ampla, infinita,


Só vê com tédio, em tudo quanto fita,


A ilusão e o vazio universais.

publicado por Francisco Caramelo às 22:30

Outubro 2004
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