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Out 04



Sonho-me às vezes rei, nalguma ilha,



Muito longe, nos mares do Oriente,



Onde a noite é balsâmica e fulgente



E a lua cheia sobre as águas brilha...



 



O aroma da mongólia e da baunilha



Paira no ar diáfano e dormente...



Lambe a orla dos bosques, vagamente,



O mar com umas finas ondas de escumilha...



 



E enquanto eu na varanda de marfim



Me encosto, absorto num cismar sem fim,



Tu, meu amor, divagas ao luar,





 



Do profundo jardim pelas clareiras,



Ou descansas debaixo das palmeiras,



Tendo aos pés um leão familiar.





 



(Antero de Quental)












Mais uma imagem do Oriente, da utopia oriental, que reflecte



um certo sentido de evasão e de procura da alteridade,



característica do séc. XIX.



 

publicado por Francisco Caramelo às 17:45

Outubro 2004
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