Este sábado, o Expresso trazia uma pequena notícia sobre o ensino das línguas orientais na Universidade de Aveiro, nomeadamente o mandarim e o árabe. A experiência já tem uns anos. Não é, todavia, caso único. O Instituto Oriental da FCSH da Universidade Nova de Lisboa há muitos anos que oferece cursos de árabe, de chinês, de japonês, de russo e de coreano. Para além de constituirem oferta curricular para os estudantes da Faculdade, funcionam igualmente como cursos livres abertos a todos os interessados. Há outros exemplos de ensino de línguas orientais. De facto, a procura por estas línguas não deve ser reduzida a um simples interesse cultural, o que já seria, no entanto, importante. O que a notícia nos mostra é uma visão pragmática da realidade. É preciso investir na aprendizagem das línguas orientais pois o mundo de hoje e particularmente o mundo da economia, das empresas mas também das relações políticas e diplomáticas e até dos media exige um contacto e uma comunicação mais directa. O ensino das línguas orientais constitui uma boa forma de abrir a universidade à sociedade e ao mercado de trabalho. Por outro lado, num tempo em que a procura de emprego é uma tarefa difícil para o jovem licenciado e em que as licenciaturas, por vezes demasiado generalistas, são acusadas de não prepararem para o mercado de trabalho, a aquisição de novas ferramentas e de competências específicas serão trunfos importantes. As línguas são instrumentos e meios de afirmação nacional. Por mais que o inglês se torne, ainda mais do que é, a língua franca, haverá sempre lugar para outras línguas. O mundo chinês, com toda a sua pujança económica, e o mundo árabe justificam o investimento no ensino e na aprendizagem das suas línguas. Para só falarmos nestes dois casos, que são os mencionados no texto da notícia. O exemplo da Universidade de Aveiro é um excelente exemplo pois traduz a visão da universidade e a sua capacidade de ler extramuros o sentido da realidade económica e social do mundo actual.