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Out 04


Trata-se de um selo-cilindro neo-assírio dos finais do séc. VIII a.C. Rolando sobre a placa de argila ainda crua, o selo-cilindro deixava uma impressão que, para além de identificar o seu proprietário, contituía uma composição visual que reflectia temáticas religiosas, cenas lúdicas, da vida quotidiana, entre outras. Neste caso, a deusa Ishtar, uma divindade muito importante na religião mesopotâmica, ocupa o espaço central da cena, montando o dorso de um leão. Ishtar, Inanna para os sumérios, era uma divindade com um perfil e atributos complexos, aparentemente contraditórios. Era, com frequência, representada como uma divindade associada à guerra, o que é visível na composição, não apenas pela associação com o leão, como também por se apresentar fortemente armada, com o arco na mão e armas às costas, visíveis atrás dos ombros. Paralelamente, era uma deusa associada ao amor e à sexualidade. Era igualmente a deusa da comunicação profética, que interpelava o rei assírio como uma mãe se dirige ao filho, prometendo-lhe protecção contra todas as adversidades. Este último aspecto é profusamente explorado nos oráculos neo-assírios. Estes atributos, a sua feminilidade, o seu lado guerreiro e agressivo e a sua vertente maternal só aparentemente são contraditórios. Na verdade, a sua conjunção fazia de Ishtar a grande divindade protectora do rei assírio.

publicado por Francisco Caramelo às 23:12

Outubro 2004
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