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Abr 05

 


Para os interessados na cultura do Tibete e na sua forma específica de Budismo, transcrevo aqui o programa de um colóquio que terá lugar proximamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. 


Cultura Tibetana: Um Novo Paradigma?


Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 28 de Abril


Anfiteatro III Entrada Livre


 


Numa época de crise, questionamento e mutação de mentalidades, valores e paradigmas, numa era de diálogos inter-disciplinares e inter-religiosos à escala planetária, a cultura tibetana, na sua dupla vertente – as tradições Bön e Budista - , tem vindo a surgir como um dos privilegiados novos interlocutores da cultura ocidental, no domínio religioso, filosófico, científico e artístico. Por via do exílio, após a ocupação chinesa, de eminentes representantes da cultura e da espiritualidade tibetana no Ocidente, e muito particularmente da actividade a múltiplos níveis de Sua Santidade o Dalai Lama, a cultura e a língua tibetanas são hoje, a par do interesse suscitado no grande público, objecto de estudo em múltiplos domínios do saber. Para destacar apenas dois exemplos, recordem-se os encontros Mente e Vida, entre Sua Santidade e alguns dos mais eminentes cientistas europeus e norte-americanos, regularmente promovidos desde 1985 por iniciativa de Francisco Varela, estreitando o diálogo entre a ciência contemplativa budista tibetana e as ciências cognitivas ocidentais, bem como as recentíssimas experiências, cientificamente controladas, sobre os efeitos da meditação no funcionamento cerebral, levadas a efeito pelo Prof. Richard Davidson e sua equipa na universidade norte-americana de Wisconsin-Madison. Muitos destacados cientistas ocidentais são assim hoje estudiosos, quando não praticantes, da espiritualidade e filosofia veiculadas pela tradição tibetana. Por outro lado, tendo sido os portugueses pioneiros no contacto regular da cultura ocidental com a tibetana, acentua-se a estranheza do actual atraso dos estudos tibetanos (e orientais, em geral) no nosso país. Por todos estes motivos, desde a conferência proferida na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa por Sua Santidade o Dalai Lama, em 2001, o Departamento de Filosofia e a Faculdade de Letras, por via do projecto “A Filosofia e as Grandes Religiões do Mundo”, têm respondido ao seu apelo no sentido do estudo da cultura tibetana como melhor forma de promover a sua preservação. Vários colóquios e conferências foram desde então organizados, destacando-se, em 2003, a presença do cientista e monge Matthieu Ricard, que veio divulgar os resultados de algumas das mais recentes experiências atrás referidas, nas quais participou. É nesta sequência que surge o presente Colóquio, que integrará vários estudiosos e praticantes da tradição tibetana, bem como investigadores universitários – professores, doutorandos e mestrandos - , destacando-se a muito honrosa presença, para proferir a Conferência de Encerramento, de Jigmé Khyentsé Rinpoché, discípulo de alguns dos maiores mestres tibetanos dos séculos XX e XXI, como Kyabjé Kangyur Rinpoché (seu pai), Dudjom Rinpoché, Dilgo Khyentsé Rinpoché e Sua Santidade o Dalai Lama.


 


O Colóquio será acompanhado por uma Exposição de Fotografia, Imagens Tibetanas, a decorrer no átrio do Anfiteatro III, de 11 a 30 de Abril.


 


PROGRAMA


9. 30 – Sessão de Abertura – Prof. Dr. Carlos João Correia


10.00/10.25 - António Teixeira – “A descoberta do budismo tibetano pelos jesuítas portugueses no séc. XVII”


10.25/10.50 – Alexandra Correia - "A comunidade tibetana no exílio: visões e perspectivas"


10.50/11.15 - Rui Lopo – “A epopeia de Guésar de Ling: um problema histórico e sapiencial”


11.15/11.30 – Debate


11.30/11.45 – Pausa para café


11.45-12.10 – Antonio Cardiello – “Dialéctica da vacuidade na escola Gelugpa de Tshong-kha-pa”


12.10-12.35 – Jorge Rivera – “Há uma estruturação “oriental” do tempo ?” 12.35/12.50 – Carlos Silva – “Da invenção do tempo ou do tummo preliminar a pretexto do Yoga de Naropa”


12.50/13.05 – Debate


13.05/14.30 – Almoço


14.30/14.55 – Luís Carmo – “Símbolo, transformação e a mandala dos cinco Budas”


14.55/15.20 – Rute Gaspar – “Arte tibetana e transformação espiritual”


15.20/15.45 – José Cardal e Luísa Reis Paulo – “A simbólica do templo tibetano” 15.45/16.00 – Debate


16.00/16.15 – Pausa para café


16.15/16.40 – Paulo Borges – “Dbyings e Röl-pa: vacuidade e jogo primordial na tradição Bön e em Longchenpa”


16.40/17.05 – Tsering Päldron - "Morte e renascimento, o ciclo da vida no budismo tibetano"


17.05/17.20 – Debate


17.20/18.00 – Apresentação dos livros A Vida Desconhecida de Cristo, de Nicolai Notovitch, Cantos de Amor, do VI Dalai Lama, e O Budismo e a Natureza da Mente, de Matthieu Ricard, Carlos João Correia e Paulo Borges (Lisboa, Mundos Paralelos, 2005).


18.00/18.15 – Apresentação do Projecto Siddhartha, para apoio às crianças tibetanas.


18.15 – Conferência de Encerramento – Jigmé Khyentsé Rinpoché – “O treino da mente no budismo tibetano” Organização: Paulo Borges e Carlos João Correia, Projecto “A Filosofia e as Grandes Religiões do Mundo”, com o apoio do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Outros apoios: União Budista Portuguesa, Songtsen – Casa da Cultura do Tibete, Shambhala – Centro de Estudos da Língua e da Cultura Tibetana, Editora Mundos Paralelos.

publicado por Francisco Caramelo às 21:47

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