De vez em quando, desejo vogar para ocidente. Chamarei a este espaço ex adverso, pois procurará o contrário, o outro do outro
A crónica do José Gil, Linhas de Fuga, publicada no Courrier Internacional de 15 de Abril, reflecte, a certa altura, sobre o carisma, sobre a forma como a televisão e a cultura mediática o transformaram. O carisma pressupõe silêncio e sombra; ex adverso, vivemos hoje o tempo da imagem, o tempo do horror ao vazio e ao silêncio. Como diz José Gil, «não há carisma sem silêncio» e, aparentemente, a imagem, na sua voracidade, substitui o silêncio e a sombra, sustentando, no entanto, verdades muito mais efémeras. Não será assim?